HIDRÓLEOS
Formas farmacêuticas liquidas obtidas por dispersão molecular
HIDRÓLEOS
Objectivos
§ Classificar os hidróleos
§ Descrever procedimentos de preparação
§ Apresentar exemplos de formulações
Os hidróleos compreendem as soluções
simples e extractivas cujo solvente é a água, constituindo as primeiras o tipo
de forma líquida mais utilizada e difundida para a administração de
medicamentos.
A
preferência dada às soluções simples[1], como forma farmacêutica
líquida, justifica-se porque asseguram uma dosagem rigorosa do medicamento,
pois cada fracção administrada representa uma parte alíquota do total, além de
que originam uma acção terapêutica mais pronta, visto que os fármacos em
solução são absorvidos muito rapidamente.
Inconvenientes: o sabor das drogas torna-se mais pronunciado
quando dissolvidas; a possibilidade de alteração é muito maior, pois as reacções
químicas, sobretudo as de natureza hidrolítica e oxidativa, processam-se mais facilmente
em meio aquoso; a água constitui um óptimo meio para o desenvolvimento de microrganismos;
as soluções, pelo seu volume geralmente considerável e pela sua fluidez, constituem
uma forma medicamentosa menos transportável que as preparações concentradas ou
sólidas.
1.1.
HIDROLITOS/SOLUÇÕES
Os
hidrolitos são, pois, soluções aquosas simples.
Preparação dos Hidrolitos
Várias
vezes não existe qualquer dificuldade na preparação de uma solução, pois desde
que o soluto seja solúvel na água, na concentração pretendida, basta, em geral:
o reduzir, previamente, a pequenos
fragmentos, caso a substância se apresente em grandes massas cristalizadas, e
o adicioná-la, depois, a cerca de dois
terços do volume total do solvente,
o agitar, seguidamente, a mistura, para
facilitar a dissolução;
o
no
fim, ajusta-se o volume ou o peso pretendidos, filtrando-se a solução
por papel ou por algodão hidrófilo adaptado a um funil. Para a filtração de
soluções preparadas em quantidades industriais exige o uso de dispositivos
apropriados, como filtros prensa.
Porem,
por vezes, prescreve-se uma solução aquosa de determinada substância em
concentração que ultrapassa o respectivo coeficiente de solubilidade na água.
Em tais circunstâncias, a preparação só poderá fazer-se, como é evidente,
utilizando um derivado hidrossolúvel, caso seja possível obtê-lo, solubilizando
a substância à custa de agentes complexantes, de tensioactivos ou, ainda,
sempre que isso seja permissível, adicionando à água outros solventes.
Factores
que influenciam a dissolução de um sólido num líquido:
três elementos principais há
a considerar:
o
o estado de divisão do corpo a dissolver,
a agitação do solvente e a temperatura deste.
Caso
a substância se apresente em grandes massas cristalizadas, reduzir, previamente,
a pequenos fragmentos. Quando se pretende obter grandes volumes de solução
recorre-se ao uso de agitadores, ou varetas para pequenos volumes.
Substâncias solúveis em água
Entre
as substâncias prescritas que são facilmente solúveis na água: acetato de
potássio, ácido cítrico, brometos de amónio e de potássio, citrato de potássio,
cloretos de amónio, de cálcio, de potássio e de sódio, iodetos de potássio e de
sódio, sulfato de magnésio.
Substâncias
menos solúveis: o bórax, o ácido bórico, o alúmen, o clorato de potássio e o
fosfato de sódio, dissolvem-se lentamente. Em tais casos o composto a dissolver
deve ser reduzido a pó e triturado, seguidamente, no almofariz, com sucessivas
porções de água, até completa dissolução, após o que se perfaz a quantidade de
solução exigida
Acção da temperatura.
Desde que o soluto tenha um calor de dissolução positivo, e isso é o que
geralmente se verifica, o aquecimento do solvente facilitará a sua dissolução.
No
entanto, tal aquecimento não deve ser feito indiscriminadamente, pois o calor decompõe
numerosas substâncias (bicarbonatos, por exemplo), altera as águas destiladas, usadas,
por vezes, como solvente, além de poder originar perdas de certos princípios activos
se estes forem voláteis ou gasosos.
Preparação de soluções
líquido-líquido
A preparação deste tipo de soluções não
oferece qualquer dificuldade se o soluto e o solvente forem miscíveis nas
concentrações pretendidas. É, no entanto, de boa prática que:
o
o líquido que constitui o soluto deve ser
adicionado a uma parte do solvente e que o restante deste seja utilizado para
lavar o recipiente com que se mediu ou em que se pesou aquele, juntando-se
estes líquidos de lavagem à solução, após o que se perfaz a quantidade
prescrita[2].
Classificação dos Hidrolitos/Soluções
I.
Soluções contendo um único princípio activo.
II.
Soluções saturadas.
III.
Soluções com um ou mais agentes correctivos.
IV.
Soluções obtidas por reacção química.
V.
Soluções contendo vários princípios activos.
Formulários de preparação
I.
Soluções contendo um único princípio activo.
SOLUÇÃO DE ACIDO
BORÏCO F. P. IV Agua Bórica ..
Ácido
bórico............................................ 30 g
Água destilada fervente .......................... 970
g
Dissolva; filtre.
USOS: Em
aplicações locais, devido às suas propriedades fracamente antissépticas.
Esta
solução deve preparar-se com ácido bórico cristalizado e não em pó, uma vez que
este tem tendência para flutuar à superfície da água.
A solução
de ácido bórico altera-se com frequência por desenvolvimento de fungos e por
isso deve ser preparada em pequenas porções e conservada em frascos bem
rolhados.
SOLUÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÉNIO F. P. IV Água Oxigenada
A F. P. IV não indica o modo de
preparação desta solução, especificando, no
entanto, que deve conter entre
3 e 3,3 % de H2O2, doseado do seguinte modo:
«Dilua 10 ml de solução em tanta água quanta baste para que o produto
perfaça 100 ml e a 10 ml do líquido ajunte igual volume de ácido sulfúrico
diluído e solução decinormal de permanganato de potássio ate que ele adquira
cor rósea. Calcule a percentagem multiplicando o número de ml gastos da solução
de permanganato por 0,170».
A solução de peróxido de hidrogénio a 3 % liberta aproximadamente 10
vezes o seu volume de oxigénio à pressão e temperatura normais.
USOS: Externamente, como
antïsséptico.
Conservação: Deve ser
conservada cm recipientes incompletamente cheios, rolhados e mantidos em lugar
fresco!
c) SOLUÇÃO DE FENOL
(Sol. de ácido fénico ou água fénica - antisséptico)
Fenol
líquido………………… 22 g
Água
destilada …………… 978 g
Misture.
(desenvolvimento de fungos)
Obtenção do fenol
líquido:
100 p. fenol (45 °C) + 10 p.água
(p/p)
II.
Soluções saturadas.
Recorde-se: Concentração
= coeficiente de solubilidade do soluto a uma dada temperatura
SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
F. P. IV Agua de Cal
Óxido de cálcio..................,..,,,……..,..,..
20 g
Água
destilada...................................... 2000 g
Hidrate o óxido de cálcio em vaso de louça com 50 g de água adicionada a
pouco e pouco; ajunte mais 950 g de água, agite repetidas vezes, deixe em
repouso durante 2horas, decante rejeitando o líquido[3];
adicione ao resíduo o resto da água.
Guarde em frasco rolhado. Filtre só na ocasião do emprego.
Uso: Internamente, como antidiarreico, na dose de 10 a 15 g, sob a forma
de loção; externamente, utiliza-se como tópico, misturada aos óleos (linimento
óíeo-calcáreo), em casos de queimaduras e em certas dermatites.
Preparação de soluções saturadas
(A) Solubilidade desconhecida
Prepara-se uma solução saturada aquecendo o solvente e juntando-lhe,
depois, quantidades sucessivas de soluto, agitando sempre, até que este não se
dissolva.
A mistura é deixada arrefecer à temperatura ambiente antes de
proceder-se à filtração, sendo evitada a formação de uma solução sobressaturada
devido à presença do sólido
insolúvel.
(B) Solubilidade conhecida
I
– Substâncias pouco solúveis
Ex: 1 g de ác.bórico
dissolve-se em 25,6 ml de água
Para preparar 50 ml: 50/25,6 = 1,96
g de ácido bórico
II
– Substâncias muito solúveis
Ex: preparar 50 ml
de solução saturada de iodeto de sódio
Solubilidade: 1 g de NaI
dissolve-se em 0,6 ml de água
Logo: 83,3 g de NaI para 50 ml de
água (grande disperdício de substância)
III.
Soluções com um ou mais agentes correctivos.
O
uso de agentes correctivos destina-se a conseguir um dos seguintes objectivos:
a)
Tornar a solução mais
compatível com o meio fisiológico em que será aplicada.
b)
Promover a dissolução na água de um fármaco muito pouco solúvel ou insolúvel
neste solvente.
c)
Evitar o desenvolvimento de
microrganismos na solução.
d)
Assegurar urna estabilidade conveniente da substância dissolvida, retardando ou
impedindo a sua hidrólise ou oxidação.
e)
Concorrer para a aceitação
do medicamento pelo paciente, camuflando, na medida do possível, o cheiro e ou
o sabor desagradáveis característicos de alguns fármacos e melhorar a
apresentação do medicamento.
Por
exemplo (correctivos do pH): os electrólitos fracos de carácter ácido exigem um
pH alcalino para a sua solubilização na água. É o que acontece, por exemplo,
com os ácidos gordos com mais de cinco átomos de carbono, com vários ácidos
aromáticos, com as sulfamidas e os barbitúricos. Por sua vez, vários compostos
contendo na sua molécula um átomo de azoto com propriedades básicas, como os
alcalóides, as aminas simpaticomiméticas e os anestésicos locais, entre tantas
outras substâncias, apenas se dissolvem na água se o pH for ácido. O ajuste do
pH das soluções medicamentosas não é, porém, feito exclusivamente com o fim de
se evitar a hidrólise dos fármacos que nelas figuram, muitas vezes um pH
determinado pode retardar a oxidação de várias substâncias, tantas vezes
manifestada pela alteração das respectivas cores, impedir a precipitação de
certos compostos e outras alterações.
SOLUÇÃO DE IODO,
IODETADA F.P. IV
Iodo
.................................................................. 5 g
lodeto de
potássio .......................................... 10 g
Água destilada,
q.b.p....................................... 100 ml
Dissolva.
Equivale à Solução
de Lugol.
O iodo
dissolve-se na água devido à presença do iodeto de potássio, com o qual forma poli-iodetos,
principalmente KI3.
Emprego: É uma solução com propriedades anti-sépticas, usada em
colutórios
LIMONADA CITRO-MAGNÉSICA F.P. IV
Limonada de Citrato de Magnésio
Ácido cítrico
................................................... 100 g
Magnésia alva
.................................................. 60 g
Xarope de casca de limão..............................
150 g
Água
................................................................ 700 g
Dissolva o
ácido na água, adicione a magnésia; quando o líquido estiver transparente,
ajunte o xarope; filtre.
Querendo tornar esta preparação uma bebida gasosa basta substituir, na
fórmula respectiva, l g de magnésia por igual quantidade de bicarbonato de
sódio. Este, porém, só deve ser adicionado à limonada quando ela estiver
acondicionada no recipiente em que vai ser dispensada, devendo-se rolhá-lo
imediatamente para se evitar perda de gás.
SOLUÇÃO DE FENOBARBITAL
' ï " J ' , . " , ! ,
. .
Fenobarbital
sódico.......................................... 15g
Propilenoglicol..................................................
60 g
Água destilada,
q.b.p....................................... 100 ml
Os
barbitúricos apenas são solúveis na água quando sob a forma de sais. Estes,
porém, são facilmente hidrolisados cm meio aquoso e para atenuar essa reacção
substitui-se 60 % da água por propilenoglicol.
A água destilada na preparação desta solução deve ser previamente
fervida, para eliminar o CO2 nela dissolvido que poderá decompor o fenobarbital
sódico, precipitando, assim, o barbitúrico.
Descrição de agentes correctivos
- Correctores do pH
- Anti-hidrolíticos
- Solubilizantes
- Solubilização
em misturas de água com um ou mais líquidos
- Anti-oxidantes
- Conservantes
- Correctivos da cor
- Correctivos
do aroma e do paladar
Importância do pH:
•
Dissolução
da substância na concetração pretendida
•
Estabilidade química e farmacodinâmica
•
Prevenção
do desencadeamento de fenómenos irritativos provocados por certos fármacos
•
Obtenção
do efeito terapêutico desejado
•
pH
das soluções parenterais, nasais, oftálmicas
a) Relação
de pH e Solubilidade
§
Eletrólitos fracos
exigem um pH contrario para a sua solubilização na água: Ácidos → pH alcalino e Bases → pH ácido
§
Exemplos: alcalóides, sulfamidas, barbitúricos.
b) pH e estabilidade química e
farmacodinâmica dos fármacos
- Hidrólises
(dependem da temperatura, catalisador, pH)
- Oxidações (alterações de cor)
- Precipitações
- Outras
alterações que inactivam as soluções:
- vit.
B1 estável a pH 4
- Vit.
B2 estável a pH < 5
- Vit.
B12 mais estável a pH 4,5 – 5
- Vit.C
estável pH 5-6 (destrói-se a pH 7)
- Adrenalina, entre outras
c) pH e o efeito terapêutico
•
Soluções administradas PER OS(boca): não há necessidade
de acertar o pH
- tampões: acetato de
sódio/ác.acético (inócuos)
•
Soluções de USO
CUTÂNEO
- pH alcalino são inactivas e
favorecem o desenv.microbiano
- soluções auriculares – pH 5-7
2. Anti-hidrolíticos
Estes evitam a hidrólise
em meio aquoso
a) Agentes
anti-hidrolíticos: propilenoglicol, glicerina, solução de sorbitol (10-20%
até 60%)
b) Formação
de complexos moleculares (benzocaína + cafeína)
c) Agentes
tensioativos aniónicos (hidrólise alcalina)
d) Agentes
tensioativos catiónicos (hidrólise ácida)
3.
Solubilizantes
Processos de solubilização:
3.1.
Introdução de radicais hidrófilos
3.2.
Ajustamento do pH
3.3. Formação de complexos moleculares
hidrossolúveis
3.4. Adição de tensioativos
3.5.
Uso de misturas aquosas de um ou mais solventes
Descrição
dos processos
3.3. Formação de complexos moleculares
hidrossolúveis
Solubilização
- Hidrotropia
(movimento
na direcao certa/contraria da agua, Ȋ solub. de subs. hidrofobas)
- Formação de complexos
Exemplos
- Ácido bórico / glicerina (hidrotropo)
- Cafeína / salicilato de sódio
- Teobromina / acetate de sódio
- Teofilina / etilenodiamina
Ligações para Formação de complexos:
-
Intermoleculares
-
Hidrogénio
-
Van
der Walls
NB.
Muitos complexos NÃO
ATRAVESSAM as membranas, isto gera INACTIVIDADE terapêutica. Idealmente deve:
Complexo → s.a. livre
s.a. Livre →
sangue
- A
complexação pode aumentar a ABSORÇÃO se aumentar a SOLUBILIDADE
da substância ativa.
- Alguns
complexos podem atravessar membranas biológicas → aumento da actividade
biológica
Exemplos: ferro
/ ácido cítrico
ferro / EDTA
3.4. Adição de tensioativos
Os tensoativos, também chamados de surfactantes,
são compostos anfifílicos, orgânicos ou organometálicos que formam colóides ou micelas em
solução; estas moléculas possuem regiões distintas e características
como hidrofóbicas e hidrofílicas. Como nestas substâncias apenas a polaridade
das diferentes regiões varia enormemente, as mesmas são também denominadas de
moléculas anfipáticas, heteropolares
ou polar-não polares. Um tensoativo típico possui a estrutura R-X, onde
R é uma cadeia de hidrocarboneto variando de 8-18 átomos (normalmente linear) e
X é o grupo cabeça, polar (ou iônico). Dependendo de X, os tensoativos podem
ser classificados como não-iônicos, catiônicos, aniônicos ou anfóteros.
- Moléculas
anfifílicas: parte hidrófila / parte lipófila
- Baixa concentração: disposição na interface
- Concetração micelar crítica (CMC)
-
Solubilização ocorre à CMC
O termo “interface” indica o
limite entre as duas fases imiscíveis, e o termo “superfície” indica uma
interface onde uma fase é liquida e a outra é gasosa, geralmente ar. A
quantidade mínima de trabalho para criar a interface é chamada de energia
interfacial livre, medida por unidade de área, quando a tensão superficial
entre as duas fases é determinada.
Valores
de EHL (equilibrio
hidrofilo-lipofilo) e solubilidade em água
Solubilizantes → EHL = 15 – 18
5.
Anti-oxidantes
Objetivo: protecção da formulação do processo oxidativo e consequente desenvolvimento de ranço em óleos ou gorduras e/ou inactivação do fármaco.
Oxidação: processo que leva à formação de radicais
livres, desencadeado pelo calor, ar, luz, metais pesados e pH. Leva à
decomposição dos compostos com perda da sua função.
Modo de acção:
- Interrupção
da cadeia de radicais livres (ex: α-tocoferol, galhatos)
-
Redução
das espécies oxidadas (ex:
ácido ascórbico, palmitato de ascorbilo metabissulfito de sódio, bissulfito de
sódio)
- Prevenção
de oxidação (ex: EDTA, ác.cítrico, cisteína,
metionina, glutationa)
Exemplos
de Anti-oxidantes para sistemas aquosos
Nome do Antioxidante | Tipo Químico | Aplicações Comuns |
Ácido
ascórbico (vitamina C) | Hidrossolúvel | Soluções
aquosas, injetáveis, cosméticos |
Sulfito de
sódio / bissulfito | Hidrossolúvel | Soluções
injetáveis, oftálmicas |
Metabissulfito
de sódio | Hidrossolúvel | Preparações
parenterais e oftálmicas |
Tocoferol
(vitamina E) | Lipossolúvel | Cremes,
óleos, cápsulas oleosas |
BHT
(butil-hidroxitolueno) | Lipossolúvel
sintético | Pomadas,
cremes, soluções oleosas |
BHA
(butil-hidroxianisol) | Lipossolúvel
sintético | Preparações
tópicas e cosméticos |
Ácido
cítrico | Quelante e
antioxidante | Soluções
orais e injetáveis |
EDTA
(ácido etilenodiamino tetraacético) | Quelante | Estabilização
de soluções aquosas |
IV.
Soluções obtidas por reacção química.
Solução de
Hipoclorito de Sódio F.P. IV .
Cal clorada .............................................1........ 18,5
g
Carbonato de sódio, cristalizado .................... 17,3 g
Bicarbonato de sódio ...................................... 7,6 g
Água
................................................................ 100,0 g
V.
Soluções contendo vários princípios activos.
SOLUÇÃO DE
SULFATOS DE ZINCO E DE COBRE, COMPOSTA
Sulfato de zinco ............................................ 4 g
Sulfato de cobre ............................................ I g
Tintura de açafrão .......................................... lg
Solução alcoólica de cânfora ........................ 10 g
Água destilada ................................................ 984 g
Dissolva os sulfatos cm 500 gramas de água, ajunte a tintura, a solução
de cânfora e a água restante; agite, deixe em contacto por 24 horas; filtre.
Equivale à Água de Dalibour.
Emprego: É utilizada como
anti-séptico e adstringente em compressas e em lavagens.
[1] Este
tratamento constitui uma lavagem do óxido de cálcio e tem por fim eliminar
várias impurezas hidrossolúveis nele existentes, tais como carbonatos
alcalinos, cloretos, fosfatos, sulfatos, etc. Só após esta lavagem se procede,
propriamente, à preparação da solução, adicionando ao resíduo a restante água.
[2] Este
modo de proceder tem por fim, como é evidente, assegurar que na solução fique a
totalidade do princípio activo, pois assim se evitam perdas por aderência às
paredes dos vasos de medida, as quais podem tornar-se significativas se o
volume de soluto for reduzido ou se este tiver acentuada viscosidade.
[3] É
costume dividir as soluções farmacêuticas em dois grandes grupos: as soluções
simples e as soluções extractivas. As primeiras resultam da dissolução total e
completa de uma ou mais substâncias de composição definida. Por seu turno, o
segundo grupo compreende todas as soluções obtidas por dissolução parcial de
uma droga de composição heterogénea, pelo que o solvente utilizado apenas
dissolve alguns constituintes da droga, ficando a maior parte desta por
dissolver.
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