Boas Práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia
4. Boas Práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar
Sumario:
¾ Conceitos básicos sobre boas praticas de fabrico;
¾ Tipo de pessoal, Instalações e equipamentos;
¾ Documentação fundamental;
¾ Condições para Matérias –primas, Materiais de embalagem, Preparação, Controlo de qualidade, Rotulagem e Dispensa.
Boas Práticas de Preparação
“Normas orientadoras que os
farmacêuticos são aconselhados a observar, de forma a garantirem a qualidade
dos medicamentos que preparam em pequena escala e que dispensam aos seus
doentes”.
Formulário Galénico Português
Conceitos
importantes:
- Calibração – operação através da qual se comprova que um
equipamento funciona correctamente e produz, na realidade, os resultados
previstos.
- Contaminação
cruzada – contaminação de uma matéria-prima ou de
um produto com outra matéria-prima ou produto.
- Embalagem – conjunto de operações, incluindo o
acondicionamento e rotulagem, a que deve ser submetido o produto
semi-acabado para se tornar num produto acabado.
- Garantia de
qualidade – conjunto de acções realizadas com o
objectivo de garantir que o medicamento possui a qualidade requerida para
o uso previsto.
- Laboratório – local reservado às operações de preparação,
embalagem e controlo.
- Lote – Quantidade definida de uma matéria-prima, de um
material de embalagem ou de um produto preparado em condições constantes.
- Material de
embalagem – Qualquer material
utilizado no acondicionamento de medicamentos, à excepção dos recipientes
utilizados no seu transporte e expedição. São destinados a conter o
produto, a assegurar-lhe protecção e a incluir as informações necessárias
ao seu uso. Contribuem para a conservação do produto, sua identificação e
boa utilização.
- Matéria-prima – Toda a substância activa ou não, que se emprega
na preparação de um medicamento.
- Produto acabado –
Medicamento que passou por todas as fases
de preparação, incluindo o seu acondicionamento na embalagem final.
- Produto
intermédio – Produto
parcialmente preparado, que ainda deve passar por alguma fase de
preparação antes de se converter em produto semi-acabado.
- Produto
semi-acabado – Produto obtido
após as diferentes etapas de preparação da forma farmacêutica, que
precedem o acondicionamento no material de embalagem primário, bem como a
sua rotulagem.
- Validação - Acção
ou conjunto de acções destinadas a demonstrar que um dado procedimento,
processo, equipamento, material, actividade ou sistema conduz aos
resultados esperados e que estão de acordo com os princípios das Boas
Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados.
4.1.
Pessoal. Características:
§ Competente
§ Formação inicial e contínua
§ Programas de higiene (saúde, higiene e vestuário
apropriado).
§ Comida e bebidas restritos a áreas apropriadas e
afastadas das áreas de produção.
4.2.
Instalações e equipamentos
4.2.1. Instalações
§
Espaço suficiente para prevenir erros e contaminações
cruzadas.
§
Controlo de pestes.
§
Superfícies de fácil limpeza (chão, paredes e tetos).
§
Luminosidade e ventilação adequadas.
4.2.2. Equipamentos
§ Arquitectura que permita facilidade dos processos de
limpeza e manutenção.
§ Tamanho adequado (operações de medição, mistura)
§ Calibrados regularmente.
§ Mantidos em bom estado de conservação (Manutenções
preventivas e/ou corretivas)
§ Removidos se apresentarem defeitos ou se não puderem
ser reparados/calibrados de imediato.
4.3.
Documentação e Registo
§ A documentação deve ser considerada para TODAS as
etapas do processo de produção.
§ Previne erros de interpretação.
§ Previne perda de informação.
§ Saber onde é que um problema surgiu.
§ Tomar ações corretivas adequadas.
§ Operações, procedimentos, desvios aos procedimentos,
justificações, instruções, especificações, protocolos, relatórios, métodos,
precauções, medidas corretiva
§
Portanto, documentar permite a rastreabilidade dos
produtos.
4.4.
Matérias-primas
§ Deve estar conforme as especificações:
§ Identificadas
§ Analisadas
§ Controladas
§ Armazenadas e manuseadas de forma a impedir erros,
contaminações, degradação.
§ Mantidas em recipientes devidamente identificados (Identificação,
número lote, estado –aprovado/quarentena).
4.5. Materiais de embalagem
§ Deve-se garantir que as embalagens sejam
obtidas de fornecedores qualificados e sejam compatíveis as substancias nele a
incorporar. [ELO, exemplos]
4.6. Preparação
§ os medicamentos devem ser planejados e desenvolvidos
de forma que sejam consideradas as exigências de BPF e outros requisitos, tais como os
de boas práticas de laboratório (BPL) e boas práticas clínicas (BPC)
4.7. Controlo de qualidade
§ Devem ser executados ensaios não destrutivos. [ELO:
mencionar alguns ensaios]
§ A garantia de qualidade envolve características,
operações, atividades e assuntos relacionados ao completo funcionamento de uma
Industria Farmacêutica e/ou laboratório.
§ Para a aprovação de um medicamento genérico, assim
como para todos os medicamentos, têm de ser cumpridos os padrões de qualidade
relevantes e requisitos legais.
§ Não existe nenhum estudo cientificamente válido que demonstre diferenças
significativas na evolução clínica de doentes tratados com medicamentos
genéricos quando comparados com doentes tratados com o medicamento de
referência da mesma substância activa.
4.8.
Rotulagem
A rotulagem dos medicamentos deve conter informações que
possibilitam a identificação do medicamento durante sua dispensação e
uso, o armazenamento adequado dos produtos, o rastreamento do medicamento da
sua fabricação até o consumo, bem como orientações quanto ao uso seguro
do medicamento.
4.9. Dispensa
§ É o acto
farmacêutico de distribuir um ou
mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à
apresentação de uma prescrição elaborada por um profissional autorizado.
Neste ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento.
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