EXTRACTOS

Estudo das formas farmacêuticas líquidas obtidas por dissolução e evaporação.  

 


EXTRACTOS

Generalidades

Os extractos são preparações farmacêuticas sólidas, obtidas pela concentração, até determinado grau, das soluções resultantes do esgotamento das substâncias medicamentosas por um dissolvente, como a água, álcool, éter, acetona, entre outros.

Os veículos utilizados no esgotamento das drogas são variados, desde a água, álcool de diversas concentrações (60°, 65°, 70°, 90°), éter e acetona, que raras vezes se emprega.

Estas são preparações galénicas possuindo numerosos componentes, cuja composição, além de depender da droga, é função do dissolvente utilizado, processo extractivo empregue e forma como foi conduzida a concentração. Em certos casos, os princípios existentes num extracto podem até ser diferentes dos que se encontravam na droga que o originou (oxidação, hidrólises, cisões moleculares, racemizações, descarboxilações, desaminações, entre outras).

PREPARAÇÃO DOS EXTRACTOS

Na preparação de um extracto poderemos distinguir duas fases muito importantes: a (1) obtenção da solução extractiva e a sua (2) concentração.

Acessoriamente, pode haver necessidade de executar uma outra operação que é a (3) depuração, feita sobre a droga a extrair ou na solução extractiva daquela.

1. Obtenção da solução extractiva

Para preparar uma solução extractiva, que posteriormente se concentra até à obtenção do extracto, há que considerar a natureza da droga a esgotar (pode ser vegetal ou animal e apresenta-se, em regra, seca).

o   Deverá, a droga seca, ser suficientemente dividida para que a extracção seja eficiente.

o   Realizar as operações extractivas para o esgotamento:  (a) água e o álcool utilizam-se para maceração, lixiviação e digestão; (b) as decocções e infusões só se fazem com água; (c) o éter só se utiliza para percolações e a (d) acetona tem-se usado em macerações. A liofilização usa-se na obtenção de extractos vegetais.

o   Por vezes, durante a fase de extracção, é necessário proceder a certas operações que têm por fim purificar a solução, obtendo-se extractos mais ricos em princípios activos e menos carregados de substâncias destituídas de interesse ou, eventualmente, prejudiciais à conservação da forma. Ex. as gorduras, algumas resinas, clorofila, mucilagens, pectinas, entre outras.

o   Obtidas as soluções extractivas, depuradas ou não, é aconselhável proceder-se à sua filtração, para a qual se escolherá a superfície filtrante adequada em função da composição química daquelas e, até, do quantitativo da produção.

Maceração fraccionada. Consiste em misturar a droga dividida com 4-8 vezes o seu peso de dissolvente, deixar macerar por 24 horas, com agitação frequente; espremer e tratar o resíduo, por mais 12 horas, com 2-4 vezes o seu peso de dissolvente; espremer e juntar os dois macerados. Quando se trabalha com água e a droga tenha princípios facilmente fermentescíveis deve adicionar-se um conservante, como o clorofórmio. Na prática, a operação pode ser feita com solução aquosa de clorofórmio (pouco reactivo, inócuo a 5o e facilmente eliminado pelo calor).

A infusão, que é feita com água fervente, prolonga-se numa maceração subsequente, até 24 horas, sendo de 1:5 a proporção respectiva de droga e solvente.

A lixiviação deve decorrer conforme as especificações internacionais para esta operação, macerando-se a droga, previamente, durante 24 a 48 horas, de acordo com a sua riqueza em gorduras e contextura.

As extracções pelo éter, que serão conduzidas por percolação, devem exercer-se sobre drogas completamente isentas de humidade, pois de outra forma seria deficiente o esgotamento, já que o éter não se mistura com a água.

Os adjuvantes de extracção, são ácidos que aumentam o coeficiente de solubilidade das substâncias ou as tomam fixas, por salificação. Por ex., entre os ácidos mais utilizados para transformar os alcalóides em sais solúveis na água e no álcool de fraca graduação citamos o clorídrico, fórmico, fosfórico e tartárico. Na obtenção de extractos opoterápicos (orgaos de animais) é vulgar o emprego do ácido acético (pH 3,5-4), que facilita o esgotamento de certas hormonas, como o ACTH, em meio aquoso.

2. Concentração da solução extractiva

Esta é uma fase muito delicada, pois dela depende, em grande parte, a qualidade do extracto obtido. A concentração pode efectuar-se abaixo de 50°C, porém a F.P. IV consente que a concentração possa efectuar-se abaixo de 70°C, embora esta temperatura, que é suportada por alguns extractos sem alterações de maior, é suficiente para destruir alcalóides ou heterosídeos oxidáveis, hidrolisáveis ou racemizáveis.

A concentração por atomização (método de KRAUS) é empregada algumas vezes, entrando o ar à temperatura de 60-100°C e sendo a solução extractiva lançada no aparelho por um atomizador que gira a 6000-20000 r/min. Este processo é especialmente empregue para a concentração das soluções extractivas opoterápicas, cujos princípios sejam facilmente destruídos, mas há casos em que a acção do calor de 60-100°C pode alterar as substâncias activas, mesmo durante um período de tempo mínimo.

Pode haver necessidade de se fazer a concentração a temperatura muito baixa, sendo útil a chamada estufa de congelador. Nesta, a solução a concentrar perde progressivamente a sua água que é fixada sob a forma de gelo na serpentina arrefecida.

A concentração no vazio[1] é o processo mais empregado, aconselhando-se não só para produtos opoterápicos, como para as soluções de drogas vegetais. O grau de vazio a fazer depende da temperatura de ebulição do veículo extractivo. Para as soluções extractivas opoterápicas recorre-se, com frequência, à liofilização.

3. Depuração na preparação de extractos

A composição de um extracto não corresponde qualitativa e quantitativamente à composição da droga que lhe deu origem. Assim, durante a preparação desta forma farmacêutica há certas operações destinadas a eliminar princípios sem interesse terapêutico e cuja presença poderia diminuir a estabilidade do extracto, depreciando a sua qualidade. Entretanto, a aplicação das operações de depuração carece de extremo critério, pois certos componentes aparentemente inactivos, podem desempenhar papel importante no efeito terapêutico do extracto. É o caso, por exemplo, de algumas saponinas susceptíveis de funcionar como agentes solubilizantes dos princípios activos, e de várias flavonas, que, pelas suas propriedades antioxidantes, podem impedir oxidações indesejáveis.

Por outro lado, p.ex., podemos afirmar que os dissolventes susceptíveis de utilização para remover gorduras devem permitir uma muito fácil dissolução daquelas e, simultaneamente, não terem qualquer afinidade para os princípios activos.

CLASSIFICAÇÃO DOS EXTRACTOS

Os extractos classificam-se quanto à sua consistência e em relação ao líquido extractivo. Consistência:

Extractos secos (os que são susceptíveis de se reduzirem a pó e cujo conteúdo em água é de 2-5 %);

Extractos firmes ou duros (os que apresentam consistência de massa pilular e cujo teor de humidade anda à roda de 10%);

Extractos moles (os que têm uma consistência semelhante à do mel espesso e cuja percentagem de água é da ordem dos 20-25%).

Descrição

- Os extractos secos que são, em regra, preparados por extracção com água ou com álcool, apresentam enormes vantagens sobre os restantes, pois, dado o fraco teor de humidade, conservam-se melhor e são mais fáceis de manejar. Entretanto, devem ser acondicionados em recipientes de vidro ou de porcelana hermeticamente fechados, sendo algumas vezes necessário acondicioná-los em exsicadores, pois tendem a absorver a água. Utilizam-se, de preferência, para preparar pós, comprimidos e cápsulas.

- Os extractos firmes, também chamados extractos pilulares, são menos utilizados entre nós que os moles ou os secos, podendo, porém, servir para a preparação de pomadas, pílulas e supositórios. Como tendem a perder humidade, tomando-se muito duros, é, também, recomendável que sejam conservados em recipientes hermeticamente fechados.

- Os extractos moles são os mais difíceis de manejar, devido à sua consistência e, também, aqueles que mais facilmente sofrem decomposição dos seus princípios activos.

A classificação dos extractos em relação ao líquido extractivo, encontramos:

- extractos aquosos (preparados por maceração, infusão, lixiviação e digestão), extractos alcoólicos (maceração ou lixiviação), extractos etéreos (lixiviação) e extractos acetónicos (maceração).

COMPOSIÇÃO DOS EXTRACTOS

Os extractos, além dos seus princípios activos, que podem ser alcalóides, flavonas, heterosídeos, quinonas, taninos, saponosídeos, contêm sempre apreciáveis quantidades de matéria inerte. O rendimento extractivo depende de inúmeros factores, como a natureza e contextura da droga, o dissolvente utilizado e a operação de extracção empregada.

Assim, as flores dão mais rendimento do que as folhas, estas mais do que os caules, que por sua vez cedem mais constituintes que as raízes e lenhos. As drogas secas dão mais rendimento do que as drogas recentes; a água é um líquido extractivo mais enérgico do que o álcool e a maceração dá maior quantidade de extracto do que a lixiviação. Dadas as variantes que referimos não é de admirar que o rendimento dos extractos possa oscilar entre 9 e 30 %, em relação à droga.

ENSAIO DOS EXTRACTOS

Geralmente, a verificação de um extracto compreende a apreciação dos seus caracteres organolépticos e propriedades físicas e a identificação e dosagem dos seus princípios activos.

Cor

Normalmente, a cor dos extractos varia do acastanhado ao castanho mais escuro, há também extractos esverdeados, provenientes de drogas com clorofila.

Em regra, os extractos obtidos por concentração no vazio apresentam cores mais claras do que os que resultaram de evaporação ao ar livre, porquanto, nestes últimos, há possibilidades de oxidação. A cor escura de um extracto é, geralmente, indício de alteração de princípios da droga, devida a oxidações.

FORMULÁRIOS DOS EXTRACTOS

São numerosos os extractos inscritos na F.P. IV, havendo-os provenientes de extracções aquosas, alcoólicas e etéreas. Poucos desses são extractos secos — fel de boi, noz vómica, ópio e ratânia — apresentando-se os restantes 20 sob a forma de extracto mole.



(*) Por b.a. enlende-se o aquecimento a banho de água, a temperatura que não exceda 70oC.

Extracto de Fel de Boi

O extracto seco de fel de boi é obtido de acordo com a seguinte técnica:

Fel de boi........................................................ 800 g

Álcool de 90o................................................ 1500 g

Macere por 48 horas o fel em mil gramas de álcool, decante, submeta o resíduo a igual maceração no álcool restante; reúna os macerados, filtre no fim de 24 horas, destile até obter dois terços do álcool empregado e evapore o resíduo a banho de água, em temperatura compreendida entre 75 e 85°C, até à consistência de extracto duro; seque por evaporação na estufa à mesma temperatura. Reduza a pó fino.

Se for necessário, misture ao extracto quanto baste de amido de arroz para que o produto pese 100 g.

Extracto de Ópio

Este extracto, conhecido, também, por extracto tebaico, é preparado, de acordo com a F.P. IV, pela seguinte técnica:

Ópio em pó grosso ........................................ 1000 g

Água destilada recentemente fervida e resfriada.. q.b.

Macere, por 24 horas, em 6000 g de água, agitando frequentes vezes; coe, espremendo ligeiramente; submeta o resíduo a duas novas macerações, por 12 horas, em 3000 g de água, de cada vez; coe do mesmo modo. Reúna os macerados, deixe clarificar pelo repouso em lugar fresco, decante e evapore a banho de água, até à consistência de extracto mole. Dissolva em 4000 g de água, filtre e evapore a banho de água em temperatura que não exceda 60"C até à consistência de extracto duro; seque por evaporação na estufa à mesma temperatura. Reduza a pó fino.

 

EXTRACTOS FLUIDOS

Extractos fluidos são preparações líquidas, extractivas e concentradas, que equivalem no seu conteúdo em princípios activos às drogas vegetais de onde foram obtidas.

Como forma galénica, os extractos fluidos são das preparações melhor definidas, sendo todos obtidos por lixiviação e todos apresentando uniformidade de potência, já que são ajustados de modo a que l g ou l ml de extracto corresponda a l g de droga seca.

Todos os extractos fluidos contêm álcool, cuja concentração é variável e dependente da natureza da droga extraída. Em alguns casos, a extracção pode ser conduzida por lixiviação aquosa, mas, mesmo nesses, o álcool é adicionado, quer como depurador, quer como conservante.

PREPARAÇÃO DE EXTRACTOS FLUIDOS

Como já foi dito, os extractos fluidos são sempre preparados por percolação, sendo o álcool o veículo mais empregado na extracção. Assim, usam-se álcoois de 30°, 45°, 60°, 70° e 80°, sendo o álcool de 60° o que mais correntemente se utiliza.

Embora seja a lixiviação a operação extractiva fundamental para obter extractos fluidos, há diversas técnicas ou processos de os preparar, os quais é hábito distinguir pelas letras A, B, C, D e E.

Algumas vezes a acção dissolvente do álcool pode incrementar-se por meio de ácidos que se lhe associam, como o acético, clorídrico, tartárico, fórmico e fosfórico, em regra por transformarem os alcalóides presentes nos sais respectivos.

Lixiviação[2]

O período de maceração da droga no lixiviador, antes do início da percolação, é variável com a composição e contextura daquela, sendo, em regra, necessárias macerações de 24-48 horas, as quais se podem reduzir para 2 horas, como acontece com o alcaçuz, ou prolongar para 72 horas, como alguns propõem para a ipecacuanha.

1—Pulverização da droga .

2 — Humedecimento do pó.

3—Acondicionamento do pó humedecido no lixiviador e adição do solvente.

4—Período de maceração.

5—Deslocação do solvente, regulada de modo a encher-se um determinado peso de

lixiviado num período de tempo pref ixado.

Em alguns formulários indicam-se, a propósito de cada extracto, as velocidades a imprimir à percolação, recorrendo às seguintes frases: lixiviar rapidamente (para 1000 g de droga devem obter-se 3-5 ml de lixiviado por minuto), lixiviar a velocidade moderada (obtenção de 1-3 ml por minuto) e lixiviar lentamente (obtenção de l ml por minuto, no máximo).

Preparação industrial

Na indústria farmacêutica podem preparar-se extractos fluidos por técnicas mais apuradas, que permitem que a fórmula corresponda inteiramente à droga de onde foi obtida. Assim, poderão obter-se extractos recorrendo à isolização[3], para a parte lipossolúvel da droga, e à liofilização, para os componentes hidrossolúveis daquela.

A liofilização é empregada para extrair os complexos hidrossolúveis das drogas, caso sejam estes que interessam. A droga é pulverizada finamente (ou desintegrada caso não esteja seca) e homogeneizada com água. Por pressão obtém-se um líquido extractivo que é rapidamente congelado, o que evita as alterações enzimáticas. Então sublima-se o gelo formado, obtendo-se um resíduo, praticamente isento de água e dotado de excelente conservação. Esse resíduo (liofilizado) pode servir para dissolução oportuna, constituindo-se o extracto fluido.

Depuração

Tal como para os extractos sólidos, torna-se necessário eliminar das drogas antes da extracção, ou das soluções extractivas, certos princípios destituídos de interesse terapêutico e cuja presença possa ser prejudicial à conservação da fórmula ou nociva ao doente que a utilize.

Na preparação dos extractos fluidos há, em regra, necessidade de uma fase de repouso para que precipitem compostos insolúveis na água, sempre que se juntam percolados eminentemente alcoólicos como outros predominantemente aquosos. É normal a precipitação desses compostos entre 2 a 6 dias após mistura dos percolados, mas que, em certas circunstâncias, a precipitação pode arrastar-se ao longo de várias semanas. Nesses casos extremos, a clarificação dos extractos fluidos pode conseguir-se por centrifugação. Alguns autores sugerem o emprego de tensioactivos, sendo FUMANERI do parecer que os polissorbatos podem auxiliar a desvanecer a tendência para a precipitação.

ENSAIO DOS EXTRACTOS FLUIDOS

Os extractos fluidos podem ser ensaiados pêlos métodos que descrevemos para as tinturas, tendo, porém, em atenção que se trata de preparações que são cinco a dez vezes mais concentradas do que aquelas.

Os extractos fluidos devem dissolver-se no veículo que serviu para a obtenção, designadamente em etanol de idêntico grau alcoólico.

A sua densidade é variável de extracto para extracto, estando, habitualmente, compreendida entre 1,01 e 1,25, a 15°C.

Podem ser identificados por meio de capilarogramas e cromatogramas em papel ou em camada fina, ou recorrendo a reacções específicas dos seus constituintes principais.

A dosagem dos princípios activos de um extracto fluido assenta nas normas gerais dos extractos sólidos.

FORMULÁRIO DOS EXTRACTOS FLUIDOS

Extracto Fluido de Quina

De acordo com a F.P. IV, o extracto fluido de quina é obtido pelo seguinte processo:

Quina amarela cm pó grosso n.° III................ 1000 g

Álcool de 95o.................................................... 1500 g

Álcool de 80o.................................................... q.b.

Recorre-se ao emprego da lixiviação, fraccionada para obter o extracto fluido de quina.

Qualquer que seja o processo de obtenção, o extracto fluido de quina apresenta-se como um líquido avermelhado, de sabor amargo e adstringente, o que tem levado a corrigi-lo por numerosos edulcorantes, como o xarope de cacau e o de framboesas. O extracto fluido de quina é utilizado como tónico e febrífugo, sendo as suas doses máximas de 0,4 g de uma só vez e 4 g nas 24 horas.

CONSERVAÇÃO

Os extractos fluidos devem ser conservados em frascos de vidro, de rolha esmerilada, ao abrigo da luz e do calor. Mesmo nestas condições vão sofrendo alterações de vária ordem, as quais, na maioria das vezes, modificam a sua actividade farmacológica.

Leiam mais sobre extractos  

  • Tecnologia Farmacêutica: Prista LN, Correia Alves A, Morgado RMM, Sousa Lobo JM  4ª Edição. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

 



[1] as bombas de vazio usadas na liofilização devem satisfazer a certos requisitos e, assim, exige-se-lhes que sejam capazes de promoverem o vazio requerido num tempo relativamente curto, geralmente três a oito minutos, a fim de evitar que o produto pré-congelado funda.

[2] Vejamos, pois, as regras a observar nesta operação, conforme estão descritas nas Generalidades da Farmacopeia Portuguesa IV, as quais passamos a transcrever seguidamente: «Humedece-se e mistura-se a droga em pó, da tenuidade indicada, com o dissolvente, salvo se este for o éter ou outro igualmente volátil, passa-se por um crivo de 80 malhas por cm2 e deixu-se macerar por 2 a 4 horas em vaso tapado- coloca-se o deslocador em posição vertical, com o auxílio de um suporte, e adapta-se ao fundo do aparelho um tampão de algodão hidrófilo de 3 a 4 cm de espessura; introduz-se depois o pó humedecido, compmnindo-o ligeiramente por tornia a tornar a massa homogénea e cobre-se com um disco do papel de lï ltro ou musselina. que se fixa com uma camada f ina de areia lavada ou um diafragma de pequenos orifícios. Abre-se a torneira e verte -se. A pouco e pouco, o dissolveme no deslocador, de modo a obter sobre a areia ou o diafragma, uma camada liquida de 2 a 3 cm de espessura; quando o pó estiver embebido e começar o escoamento pelo tubo, fecha-se a torneira e deixa-se macerar novamente por tempo variável , conforme as drogas. Abre-se outra vê/ a torneira e deixa-se escapar o l íquido

por forma que em 24 horas se ohtenha uma vê/ e meia o peso do pó. mantendo constante o nível tio líquido sobre a areia ou o diafragma. A deslocação considera-se terminada quando o líquido sair incolor, ou quase incolor, e sem cheiro e sabor da tlro.ua.

[3] A isolização baseia-se no emprego de um dissolvente aquoso contendo 3, 4 ou 5 por cento de um tensioactivo adequado (Tween 20, Lobi 30, Agesol 31) que é, posteriormente, precipitado por intermédio de 15 % de cloreto de sódio anidro. O veículo, tal como se descreveu, serve para esgotar a droga, e a solução extractiva, após filtração, é concentrada no vazio. O resíduo obtido é, então, esgotado por um dissolvente orgânico (cloreto de metilo, cloreto de etileno, éter de petróleo, etc.), para ele passando a quase totalidade do complexo lipóide existente na droga. Por destilação elimina-se o dissolvente orgânico, ficando-se com um resíduo lipóide que pode dissolver-se em álcool de graduação adequada. O método é especialmente conveniente para drogas que contêm essências.


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